segunda-feira, 13 de setembro de 2010

José Joaquim Corrêa de Almeida

Nascido na então villa de Barbacena, Minas, a 4 de setembro de 1820 e ali fallecido a 6 de abril de 1905. Presbyíero secular, ordenado na cidade do Rio de Janeiro. Poeta, satyrico.



BIBLIOGRAFIA — Satyras, epigrammas, etc., Rio, 1854: Sonetos e sonetinhos. Rio, 1884 ; ídem, 2.° vol., Rio, 1887; Semsaborias métricas, 2 vols., Decrepitude metromaniaca, Rio, 1894; Produções da caducidade, Rio, 1896.



DEGENERAÇÂO



Dos homens de civismo a pura raça

No torrão brasileiro degenera ;

A uberdade tornou-se tão escassa,

Que o terreno parece que não gera.



Por mais irrigação que se lhe faça,

Os fructos já não ha, como os houvera ;

A lavoura de outr'ora hoje é fumaça,

Cultivada fazenda hoje é tapera.



A industria nacional é quasi nulla,

E é só de cavalheiro a que regula,

Consistindo nas trocas e baldrocas.



A terra, emfim, não é como era d'antes :

Depois de produzir muitos gigantes,

Produz agora lesmas e minhocas.



Postado por: Joana Luiza e Sarah Villian

4 comentários:

Felipe Porto disse...

Esse Poema expressa bem como o homem tem regredido com passar do tempo, nossos atos individualistas e capitalistas tem influenciado muito na terra. Um ótimo poema, muito bom para se refletir.

Felipe Porto e Vinícius Caetano

Lucas Ramos disse...

Esse poema , que apresenta vestigios da escrita da época em que foi feito se faz entender perfeitamente . Assim como a mais de um seculo atrás , o homem não aprendeu a lição e continua a devastar a natureza com sua ganancia .

Daniel e Lucas

Anônimo disse...

É um poema interessante, fala muito bem o que está acontecendo com o homem nos dias de hoje e compara com o de antes.

Thays Pires

Unknown disse...

Há mais de um século o poeta já falava da devastação da terra pelo ser humano. Com espírito capitalista e muita ambição o homem vai destruindo tudo: rios, florestas... Nem um ar de boa qualidade temos pra respirar. É um poema pra fazer o ser humano "colocar a mão na consciência" e refletir, porque nós continuamos a nos auto-destruir.

Priscilla Macedo e Jéssica Nunes

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