segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Carlos Drummond Andrade

Este consagrado poeta brasileiro nasceu em Itabira, Minas Gerais no ano de 1902. Tornou-se, pelo conjunto de sua obra, um dos principais representantes da literatura brasileira do século XX.
Concretizou seus estudos em Belo Horizonte, e, neste mesmo local, deu início a sua carreira de redator, na imprensa.
Seus poemas abordam assuntos do dia a dia, e contam com uma boa dose de pessimismo e ironia diante da vida. Em suas obras, há ainda uma permanente ligação com o meio e obras politizadas. Além das poesias, escreveu diversas crônicas e contos.
Os principais temas retratados nas poesias de Drummond são: conflito social, a família e os amigos, a existência humana, a visão sarcástica do mundo e das pessoas e as lembranças da terra natal.
Dentre suas obras poéticas mais importantes destacam-se: Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, José, Lição de Coisas, Viola de Bolso, Claro Enigma, Fazendeiro do Ar, A Vida Passada a Limpo e Novos Poemas,
Talentoso também na prosa, tem suas prosas reunidas nos seguintes volumes: Confissões de Minas, Contos de Aprendiz, Passeios na Ilha e Fala Amendoeira.
Faleceu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha única.

E esse é um dos principais poemas de Carlos Drummond Andrade:

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Alunas: Brunna Soalheiro e Isadora Esteves

5 comentários:

Unknown disse...

Carlos Drummond Andrade é um grande poeta.Além de tudo é mineiro que é um grande prestigio para o Estado de Minas ter um poeta como esse.Suas obrar são muito fascinante,retrata bastante como é a sociedade,o conflito,lembranças,etc...
O que mais chama atenção nas obras dele,na minha opinião,é que ele escreve isso com uma dose de ironia deixando sua poesia mais atraente.

Brunna Soalheiro e Isadora

Unknown disse...

Carlos Drummond de Andrade é um grande poeta mineiro e de grande influência.
Graças a ele Minas Gerais teve mais prestígio por suas lindas poesias além disso mostra a realidade da sociedade.


Por: Aila Mayr

Unknown disse...

Carlos Drummond de Andrade foi um dos mais belos poetas mineiros.
O humor e a ironia de Drummond revela certa forma mineiramente cautelosa, desconfiada e pessimistamente reservada de refletir , até a autonegação, provocada pelo sentimento de culpa que chega ao limite da negação do ser , da automutilação.

Jéssica Nunes e Priscilla Macedo

Isabella Mendes disse...

Carlos Drummond Andrade,tão conhecido poeta,que merece grande reconhecimento pela sua incrível competência em escrever poemas e fazer com que leitores fiquem totalmente entretidos .
Sua poesia tão conhecida merece grande destaque ,e retrata um pouco sobre seu estilo textual.
Isabella Mendes e Guilherme Horta

Anninha disse...

Carlos Drummond de Andrade apesar de se utilizar de ironia nas suas obras literárias,ilustra bem a sociedade de sua época.

Anna Luiza e Marcos

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