segunda-feira, 30 de agosto de 2010

POESIA MINEIRA

Vô contá como é triste, vê a veíce chegá,
Vê os cabêlo caíno, vê as vista encurtá.
Vê as perna trumbicano, com priguiça de andá.
Vê "aquilo" esmoreceno, sem força prá levantá.

As carne vão sumino, vai parecêno as vêia.
As vista diminuíno e cresceno a sombrancêia.
As coisa vão encurtano, vão aumentano as orêia.
Os ôvo dipindurano e diminuíno a pêia.

A veíce é uma doença que dá em todo cristão:
dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão.
Dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o purmão.
Dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão.

Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece:
vai passano pelas rua e as menina se oferece.
A gente óia tudo, benza Deus e agradece,
correno ligeiro prá casa, procurano o INSS.

No tempo que eu era moço, o sol prá mim briava
Eu tinha mir namorada, tudo de bão me sobrava.
As menina mais bonita, da cidade eu bolinava.
Eu fazia todo dia, inté o bichim desbotava.

Mais tudo isso passô, fais tempo ficô prá tráis
as coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz.
O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz.
Prá falá memo a verdade, nem trepá eu trepo mais.

Quando chega os setenta, tudo no mundo embaraça.
Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beja e abraça,
porém só faiz duas coisa: solta peido e acha graça.

Arthur e Matheus

9 comentários:

Unknown disse...

A poesia acima traz todos os retratos e trejeitos dos mineiros. Tanto no mode de falar como nos costumes. É muito engraçado e demonstra a realidade dos mineiros.

Unknown disse...

A poesia descreve o modo de vida de um mineiro com idade mais avançada, pois é um modo de falar característico dos habitantes desta região e retrata doenças típicas de pessoas mais idosas.
É um poema bem real e engraçado.


Thays Pires

Unknown disse...

O poema postado conta um pouquinho da vida dos idosos e também traz consigo o jeitinho mineiro de falar.
Nos ensina também a respeitar os idosos que nos rodeiam e também como devemos ajudá-los.
Só está faltando o autor!

Postado por: Joana Luiza e Sarah Villian

Bárbara disse...

Mais como é bonita esta poesia de Mário Quintana. Devemos ficar orgulhosos de ter um poeta como este do nosso estado. Que continuemos assim.



Clara Pires e Bruna Morais

Isabella Mendes disse...

Interessante poesia ,que marca uma passagem na vida das pessoas,além de demonstrar a linguagem dos mineiros .Isabella Mendes e Guilherme Horta

Unknown disse...

Essa poesia retrata com clareza e humor a maneira de falar dos mineiros .
Marca o modo de vida de um idoso que, vivendo a terceira idade, descobre que é triste essa fase e é impossível não passar por ela .


Jéssica Nunes e Pricilla Macedo

Ana Carolina disse...

Sabemos que nos tempos de hoje são raríssimas as pessoas que falam assim, mais de qualquer forma é bastante característico e antigo este modo de falar.

Ana Carolina Pires de Faria

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Usando uma línguagem da roça o poema acima retrata exatamete o que se acontece ao envelhecer, apesar de cada vez mais ir se adquirindo experiência

Daniel e Lucas

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