domingo, 22 de agosto de 2010

Carlos Drummond de Andrade - A um ausente .

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro- MG , em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental".
De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925.Trabalhou em Belo Horizonte como redator em jornais locais até mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1934, para atuar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, então nomeado novo Ministro da Educação e Saúde Pública.
Produzindo até o fim da vida, Carlos Drummond de Andrade deixou uma vasta obra. Quando faleceu, em agosto de 1987, já havia destacado seu nome na literatura mundial. Com seus mais de 80 anos, considerava-se um "sobrevivente", como destaca no poema "Declaração de juízo".
Uma poesia deste poeta :


A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

Carlos Drummond de Andrade


Jéssica Nunes , Priscilla Macedo .

7 comentários:

Unknown disse...

Carlos Drummond de Andrade foi um belíssimo poeta mineiro, que soube expressar com clareza e extrema habilidade os sentimentos das pessoas, a cultura brasileira, entre outras coisas.

Unknown disse...

Drummond de Andrade foi um maravilhoso escritor mineiro que em todos os seus tetos soube expressar os seus sentimento e com isso faz com que nós, os leitores, nos identificamos com cada situação representada.
Apesar de te morrido, ele continua presente em nosso coração e em nossa mente com seus textos magnificos.

Joana Luiza e Sarah Villian

Unknown disse...

Com uma ampla obra que transita entre a poesia e o conto, Drummond escreveu incansavelmente até o fim de sua vida. Uma mente tão criativa e produtiva que, mesmo depois de sua morte, ainda foram lançados diversos materiais inéditos de sua autoria. Neste poema, o poeta sente saudade de alguém que se foi sem dizer adeus, deixando para trás uma convivência saudável e sem levar em consideração o amor que ele sentia.

Priscilla Macedo e Jéssica Nunes

Bárbara disse...

Adoramos os poemas de Carlos Drumond, ser mineiro é ótimo ainda mais com tantas referencias boas desse belíssimo lugar.


Isadora Zaghloul e Brunna Soalheiro

Unknown disse...

Carlos Drummon de Andrade é um ótimo poeta, nestes belos versos ele expressa a sua saudade, dizendo que a culpa deste sentimento foi da pessoa que partiu e o deixou.

Vinícius Caetano e Felipe Porto

Unknown disse...

Apesar de conhecer muito as poesia de Carlos Drummond de Andrade nunca tive a curiosidade de procurar sobre sua vida, mas agora conhecendo-o mais fiquei mais fãn dele


Daniel e Lucas

Marcos disse...

Carlos Drummond de Andrade ressalta em seu poema a dor imensa causada pela saudade de uma pessoa muito importante para ele.

Anna Luiza e Marcos

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